quarta-feira, 25 de novembro de 2020

2015 - Corte-Real & Vieira - Princípios de Genética Forense

 


Este trabalho pretende constituir um contributo para a melhor compreensão da Genética Forense por parte de quem deseje iniciar-se ou aprofundar os seus conhecimentos nesta área. São abordados os principais conceitos com relevância para a Genética Forense, incluindo os aspectos relacionados com a Genética de Populações, bem como os cuidados a ter na colheita, acondicionamento e envio de amostras para identificação genética. 

São detalhadas as principais características das perícias realizadas  no âmbito das três áreas mais frequentemente solicitadas (investigação biológica de parentesco, criminalística biológica e identificação genética  de desconhecidos) e discutem-se os problemas éticos mais relevantes  no que diz respeito ao uso da genômica individual na investigação criminal. Conclui-se relatando-se todo o processo que levou à criação da  Base de Dados de Perfis de ADN em Portugal, descrevendo-se não apenas a situação atual mas também o conjunto de iniciativas que originaram a publicação da lei e os aspectos que suscitaram mais controvérsia.


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2015 - Darwin - Observações geológicas em Ilhas Vulcânicas

 


Título original (traduzido por Leandro V. Thomaz): Observações geológicas em Ilhas Vulcânicas, visitadas durante a viagem do H.M.S. Beagle, junto com breves notícias da geologia da Austrália e Cabo da Boa Esperança.

O livro Observações geológicas em ilhas vulcânicas, de Charles Darwin, revela-nos o lado geológico desse naturalista, uma faceta pouco conhecida de uma das mentes mais geniais da nossa história.

Em 1831, quando iniciou sua viagem no Beagle, Darwin saiu em busca de evidências de um grande dilúvio bíblico. No entanto, durante essa viagem, as observações geológicas fizeram com que ele compreendesse a Terra de uma forma mais complexa, sujeita a grandes modificações em sua superfície. Essa compreensão, associada à leitura de Principles of Geology, de Charles Lyell, implicou na incorporação do tempo geológico em seus pensamentos. Um planeta com um longo histórico de transformações foi um quesito essencial para a construção da teoria da “origem das espécies”, com a qual ficou mundialmente conhecido.

A geologia teve um papel muito importante por despertar em Darwin, pela primeira vez, a vontade de escrever um livro. Isso ocorreu em Santiago, no arquipélago do Cabo Verde, após Darwin compreender a evolução geológica dessa ilha, em especial sobre o vulcanismo que ocorrera após a subsidência em torno das crateras.

Publicado originalmente em 1844, oito anos após o seu regresso a Londres, este livro está recheado de observações geológicas das ilhas visitadas. Contém descrições detalhadas sobre a geomorfologia das ilhas e de suas variedades litológicas, faciológicas e texturais. As argumentações sobre a origem dos magmas, os processos de diferenciação das lavas, ambientes de vulcanismo, distribuição das ilhas oceânicas, além dos processos de soerguimento em massa e subsidência das ilhas oceânicas, colocam Darwin em uma posição de destaque na ascendência da geologia e, com este livro, particularmente nas áreas da petrologia ígnea e vulcanologia. Muitas dessas observações e interpretações só foram compreendidas e incorporadas no meio científico após mais de um século.

Darwin esteve no, atualmente brasileiro, Arquipélago de São Pedro São Paulo (St. Paul´s Rock), onde percebeu que esse pequeno afloramento de rochas, no meio do Oceano Atlântico, fugia dos padrões conhecidos. Até então as ilhas conhecidas, francamente oceânicas, eram constituídas por rochas vulcânicas e carbonáticas associadas e eram interpretadas como formadas inicialmente por erupções vulcânicas. De forma oposta ao senso comum, Darwin concluiu que esse arquipélago não possuía natureza vulcânica e que sua classificação era desconhecida. Somente com o conhecimento atual sobre tectônica de placas é que finalmente compreendemos essas rochas e sua origem não vulcânica preconizada. Nesse arquipélago, algo completamente anômalo aflora: uma lasca da litosfera oceânica contendo rochas mantélicas soerguidas a mais de 4.000 metros acima do leito marinho, em uma zona transformante.

Nesse exemplo é ressaltada a capacidade de Darwin de observação e descrição desvinculada de teorias preconcebidas. Em vez de interpretar essas rochas como variedades vulcânicas desconhecidas, Darwin deu um grande valor ao fato de elas serem infusíveis sob seu maçarico, ou seja, altamente refratárias, incompatíveis portanto com as rochas vulcânicas.

O pensamento científico de Darwin baseava-se em uma sequência de observação, comparação, formulação de hipóteses e validação. Essa metodologia científica enraizada era utilizada em todas as áreas das ciências naturais. A sua base consistia em adquirir o máximo de observações detalhadas possível, para em seguida compará-las e criar uma hipótese. Em um parágrafo é possível notar esse sequenciamento:

“O fato de as ilhas oceânicas serem geralmente vulcânicas é, também, interessante em relação à natureza das cadeias de montanhas sobre nossos continentes, os quais em comparação são raramente vulcânicos; e ainda somos levados a supor que onde nossos continentes agora permanecem um oceano uma vez se estendeu. Nós poderíamos perguntar: as erupções vulcânicas alcançaram a superfície mais facilmente através de fissuras, formadas durante os primeiros estágios de conversão do leito marinho em um pedaço de terra?”.

Nesse parágrafo percebe-se que Darwin, em sua volta ao mundo a bordo do Beagle, absorveu informações suficientes sobre a natureza predominantemente vulcânica das ilhas em comparação à natureza das cadeias de montanhas. Fica evidente também que, mesmo anteriormente ao conhecimento sobre a tectônica de placas, Darwin já admitia que os continentes poderiam se localizar (ou se formar) onde anteriormente existia um oceano. E, dessa forma, percebemos a sua visão de um planeta sujeito a modificações contínuas em sua superfície.

Essas modificações na superfície ficaram também evidenciadas por meio dos diferentes níveis de erosão que se encontram nessas ilhas. Darwin visitou ilhas vulcânicas ativas, como no Arquipélago de Galápagos, e ilhas com um nível de erosão maior, como Fernando de Noronha. Nas ilhas com maior nível de erosão Darwin identificou rochas “injetadas”, as quais ele associava com a “elevação de terra em massa”. Ele interpretava que esse material fundido poderia atingir ou não a superfície. Por conta dessa facilidade de as erupções vulcânicas alcançarem mais facilmente a superfície através do leito marinho, Darwin acreditava que uma das causas para o soerguimento dos continentes estaria relacionada à injeção de rochas fundidas abaixo das cadeias de montanhas que não atingissem a superfície. Interessante também é que essas interpretações ocorreram em uma época em que a teoria vigente, defendida por Abraham Werner, concebia que os granitos eram formados pela precipitação em um “oceano primordial”.

A concepção geológica de que as ilhas vulcânicas são formadas isoladamente dos continentes possibilitou a Darwin defender que os processos migratórios e de seleção natural seriam os responsáveis pelo pequeno número de espécies que habitam essas ilhas, e sua alta proporção de espécies endêmicas [4], da qual Galápagos é o principal exemplo. A inexistência de acessos terrestres, inclusive no passado geológico, é apontada como uma das responsáveis pela ausência de classes inteiras de animais. A grande maioria dessas ilhas vulcânicas não possuía mamíferos terrestres e batráquios (rã, sapos e salamandras) por não sobreviverem à migração marítima, embora esses ambientes sejam propícios a tais animais, contrariando portanto a teoria de criação independente.

A geologia teve um papel importante para as teorias de Darwin e de forma equivalente ele teve grande valor na origem da geologia como ciência. É fascinante que tantas áreas das ciências naturais tenham uma origem tão em comum, como as espécies que descendem de um mesmo ancestral. (Leadro V. Thomaz).


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2016 - Darwin - Fenômenos vulcânicos e a formação de Cadeias de Montanhas

 


Título original (traduzido): Sobre a conexão de certos fenômenos vulcânicos na América do Sul; e sobre a formação de cadeias de montanhas e vulcões, bem como o efeito desta mesma força pelo qual os continentes são elevados - Tradução de Leandro V. Thomaz

"O objetivo do presente memoiré descrever o principal fenômeno geralmente acompanhado de terremotos na costa oeste da América do Sul. E mais especificamente àquele que atingiu a cidade de Concepción na manhã de 20 de fevereiro de 1835. Esse fenômeno evidência, de uma maneira espetacular, a intima conexão entre as forças vulcânicas e de soerguimento. E será tentador deduzir a partir desta conexão, certas inferências em relação à lenta formação das cadeias de montanhas."


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sábado, 7 de novembro de 2020

2008 - Farias - Introdução à química forense 2ª Ed.

 



"É com grande satisfação que trazemos a público essa segunda edição, revista e ampliada, de Introdução à Química Forense. A muito boa acolhida dada à primeira edição, tanto por professores quanto por alunos de graduação, e pelo público em geral, nos mostrou que acertamos em nossa avaliação de que uma obra do gênero estava faltando na literatura nacional. 

Nos congressos e demais eventos dos quais participamos desde o lançamento do livro em 2007, pudemos constatar que, principalmente junto ao público mais jovem, em busca ainda de uma definição no tocante aos rumos profissionais, esse pequeno livro tenha, possivelmente, despertado vocações. 

A chamada ciência forense, na qual a química forense desempenha um papel de especial destaque, continua em franca expansão, com o desenvolvimento e/ou adaptação de técnicas e metodologias para aplicação em análises de interesse forense. Nesse sentido, tanto nos laboratórios forenses quanto nas  Universidades, há ainda muito a ser feito no tocante à pesquisa em química forense. Nesse contexto, apresentamos, na presente edição, alguns dos resultados de pesquisa na análise forense de pêlos e combustíveis (diesel e biodiesel) por termogravimetria. 

A apresentação de métodos químicos clássicos de análise foi mantida e mesma ampliada na presente edição, em função dos seguintes motivos: (a) do ponto de vista da formação do aluno de graduação, ou mesmo de pós-graduação, esses métodos têm muito a contribuir, tanto por mostrarem o quanto há de química nos compostos de interesse forense, quanto por seu custo mais baixo e disponibilidade, (b) do ponto de vista da utilização pelo profissional muitos desses métodos têm ainda um importante; papel a desempenhar, seja nas análises preliminares quantitativas feitas em campo, ou em laboratório, antes que metodologias mais sofisticadas e dispendiosas venham a ser empregadas, ou ainda como substitutivos dos métodos instrumentais, nos locais onde eles ainda não estejam disponíveis. É compreensível a fascinação exercida pelos métodos instrumentais, em função de sua rapidez de análise etc., mas não devemos esquecer que, perceba-se ou não, em qualquer análise química uma etapa clássica está sempre envolvida (preparar e diluir soluções, por exemplo) de forma que o químico, em atividade de perito ou não, não pode perder o contato com suas "raízes", sob pena mesmo de perda de competência. 

Acreditamos que os acréscimos efetuados nesta segunda edição tenham deixado o livro mais completo em sua função de obra introdutória, tomando-o, ainda, mais aprofundado, aproximando-o, assim, do perfil de uma obra também útil para os graduandos e/ou profissionais da área." (Robson Fernandes de Farias)


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