"O ensino de Ciências no Brasil está longe de se encontrar em um nível satisfatório. Alunos brasileiros são classificados como estudantes ineficientes em diversas avaliações nacionais, como a do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), ou internacionais, como a do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA).
Pesquisadores do tema, como Chassot, Fazenda, Krasilchik, Marcondes, Moran, Mortimer, Rezende, Santos, Schnetzler, entre outros, têm revelado a urgente e necessária mudança que o ensino de Ciências no Brasil precisa sofrer. Os autores têm sugerido uma reorientação das estratégias educativas para a (re)construção de conhecimentos que possibilitem formar o cidadão do amanhã.
Este livro, Estratégias diversificadas para o ensino de Ciências, foi idealizado visando a sistematizar pesquisas sobre diversas estratégias que promovam propostas para melhorar o ensino e a aprendizagem de Ciências. Para isso, reúnem-se, aqui, pesquisadores e professores de distintas instituições que desenvolvem pesquisas e as apresentam neste livro, com o objetivo de fomentar inovações no processo de ensinar e aprender Ciências.
Neste mundo contemporâneo tem surgido um novo paradigma educacional que tira a centralidade do docente e coloca a aprendizagem centrada no estudante, ao utilizar metodologias que promovam uma aprendizagem ativa. Por isso, o livro dispõe de nove capítulos com diferentes propostas de estratégias para o ensino de Ciências, que podem ser perfeitamente trabalhadas também como propostas de aprendizagem interdisciplinar que propiciam a aprendizagem centrada no estudante.
Dos nove capítulos independentes dispostos neste livro, tem-se o primeiro de autoria minha com Dr. Renato Augusto DaMatta, intitulado “Utilização de estratégias para aprendizagem de Ciências: concepção de professores do Rio de Janeiro e Espírito Santo”. Nesse trabalho, fizemos um levantamento com uma amostra de professores do ensino fundamental e médio de dez cidades dos estados do ES e RJ, sobre as estratégias que são mais trabalhadas por eles em sala de aula.
O segundo capítulo é de autoria dos pesquisadores Kíssila França Lima, Dr. Wanderson Souza Rabello e Odino Ferreira Neto, sob o título “Horta escolar como ferramenta de Educação Ambiental e ensino: uma experiência em Cambuci-RJ e Aperibé-RJ”. Nesse trabalho os autores abordam sobre como a Horta Escolar pode constituir-se como profícua estratégia de aprendizagem na qual vários conceitos de Educação Ambiental podem ser vivenciados e compartilhados.
O terceiro artigo, dos autores Ronald Assis Fonseca, Patrícia Pereira Gonoring, Afrânio Aguiar de Oliveira, Geisa Corrêa Louback, Cristina Lacerda Tessarole e Tayane Sanglard Machado, é intitulado “Jardim sensorial: um instrumento no ensino de Ciências”. Os autores apresentam o Jardim sensorial como uma estratégia promotora de aprendizagem para ensinar Ciências.
No quarto artigo, “Brincar e aprender: o desenvolvimento da conscientização ambiental por meio da utilização de um jogo educativo”, a autora Lérida de Oliveira desenvolve a temática sobre como brincar é importante para a aprendizagem e a conscientização ambiental.
Quanto ao quinto artigo, de autoria de Ronald Assis Fonseca, Kíssila França Lima, Dr. Wanderson Souza Rabello, Geisa Corrêa Louback, Kênya França Lima e Odino Ferreira Neto, intitulado “A trilha ecológica do Parque do Sagui da Serra como Instrumento de Educação Ambiental”, os pesquisadores desenvolveram a proposta da trilha ecológica como possibilidade de promoção da aprendizagem de Ciências com foco na Educação Ambiental.
O sexto artigo, “Os benefícios da didática na prática docente”, os autores Elaine Santana de Souza, Ingrid Carlos Gomes, Silvana de Oliveira Gomes, Erenilda dos Santos Carlos e Lucas Maken da Silva Oliveira apresentam a importância da didática para a prática docente, promovendo, então, a eficiência no processo ensino-aprendizagem.
No sétimo artigo, “Paródia musicalizada de conteúdos de Ciências e Biologia: pesquisa em alunos do ensino fundamental e médio”, de minha autoria juntamente com Dr. Renato Augusto DaMatta, tem-se a paródia musicalizada de conteúdos como estratégia diversificada. A paródia musicalizada foi aplicada com alunos da educação básica e os resultados demonstraram que houve mais retenção de conceitos disciplinares de Ciências e Biologia, além de promover a empatia entre alunos e docentes envolvidos na pesquisa.
O penúltimo artigo, intitulado “Um olhar para o ensino de Ciências a partir de princípios da Sociolinguística e recursos facilitadores da aprendizagem”, é de autoria de Heliane do Nascimento Silva, Kamila Teixeira Crisóstomo e Leila Alves Vargas, que apresentam distintos recursos para facilitar a aprendizagem a partir dos princípios da Sociolinguística.
Por fim, o nono e último artigo, “Gêneros textuais na formação de leitores: a contribuição do jornalismo literário de Plínio Marcos, Jornal da Orla, 1999”, os autores Mozarth Dias de Almeida Miranda, Sandro Reis Rocha Barros, Victor Tomazinho Bartolazzi e Dr. Sérgio Arruda Moura apresentam o gênero textual como uma estratégia que possibilita a aprendizagem com um viés interdisciplinar.
Com essas breves enunciações sobre o que trata cada capítulo, faço um convite à leitura do livro Estratégias diversificadas para o ensino de Ciências, que traz uma reflexão acadêmica fruto da investigação de professores e pesquisadores do país. Desejo que este trabalho seja compartilhado em diversos setores e que fomente outras ideias, pesquisas e ações.
Na atual situação em que se encontra o sistema de ensino brasileiro, que este livro também seja útil para que a escola desempenhe, com equidade, o seu papel na formação de cidadãos. Os conhecimentos de Ciências são relevantes, pois contribuem para o cidadão ser capaz de tomar decisões de interesse individual ou coletivo, com ética, responsabilidade e respeito quanto ao papel fundamental do homem na biosfera. E, quem sabe, o nosso Brasil ainda sairá, no quesito educacional, do “deitado eternamente em berço esplêndido” para um país que forme cidadãos sãos, que contribuam para aplicar, na sociedade, o conhecimento que é compartilhado na escola, possibilitando, assim, a solução de problemas atuais da humanidade e tornando-o cidadão do futuro, apto para, com empreendedorismo, atuar nas novas e surpreendentes necessidades que este mundo interconectado, plugado, complexo e revolucionário ainda vai exigir dos indivíduos."
Apreciem sem moderação.
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